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Servidores do Estado ganham pacote de maldade como presente de Natal

Servidores públicos dos mais diversos segmentos lotaram, na última semana a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). As mobilizações foram realizadas devido à polêmica Reforma da Previdência, que atinge diretamente o funcionalismo

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Servidores públicos dos mais diversos segmentos lotaram, na última semana a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). As mobilizações foram realizadas devido à polêmica Reforma da Previdência, que atinge diretamente o funcionalismo. Os Policiais Civis (PC-GO) conseguiram ter as demandas atendidas, porém, outras categorias não.

Sobre as categorias mais afetadas, Nylo Sérgio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (Sindipúblico), expõe que são, “sem dúvida, as de menor remuneração. Uma vez que se retira o quinquênio de quem recebe vencimento e não subsídio [altos salários], tira-se a única possibilidade do servidor ter aumentos”. Assim, as mais atingidas, segundo ele, foram professores, profissionais da saúde e das áreas administrativas.

“No administrativo, por exemplo, tem quem ganhe menos de salário mínimo e precise de complemento no contracheque. É dessas pessoas que estamos falando”, relatou.

Quinquênio

De acordo com Nylo, o quinquênio é a única possibilidade real do servidor ter aumento. Isso, porque “os planos de cargos e carreira não são cumpridos, data base não é paga há 9 anos (2007 a 2010 e 2015 a 2019), progressões só na justiça”.

Inclusive, ele revela, em relação a data base, haver defasagem salarial de 48,45% devido a esses 9 anos. “É falta de respeito com o servidor. O governo gasta mais com publicidade (assinou contrato de R$ 80 milhões), do que com o quinquênio, que é R$ 20 milhões ao ano”, reclamou. “A média salarial do quinquênio é baixa.”

Segundo ele, só na Educação, 20 mil pessoas deixarão de receber o benefício. “Para nós é uma facada grande. Em uma folha de R$ 1,3 bi por mês, o impacto anual de R$ 20 milhões é muito pouco.”

Nylo explica, ainda, que o servidor não tem FGTS. “Então, para o privado, seria como tirar o FGTS.” No fundo, vale citar, se deposita 8% do salário líquido ao mês em uma conta, que o trabalhador pode retirar em algumas circunstâncias. “Além disso, na iniciativa privada tem reajuste do salário todo ano. No Estado não temos isso. Foi o pior presente de Natal de todos os governos.”

Para o presidente do Sindipúblico, os deputados que votaram pelos servidores foram sensatos, enquanto os demais cumpriram ordem. “Aí vemos que não existe independência entre os poderes. Ficou mais do que testado.”

A citação do sindicalista acerca dos valores de publicidade constam no site oficial da comunicação do governo. “Serão contratadas três agências, com contrato estimado em R$ 80 milhões por 12 meses. Os serviços serão prestados de forma indireta, nos termos da Lei Federal nº 12.323/2010.”

PC-GO

Apesar do atendimento à demanda da PC-GO, que ameaçou realizar greve geral e chegou a ter delegados dispostos a entregar cargos, não houve benefícios, conforme explica o deputado Delegado Eduardo Prado (PV), que integrou as negociações. “A reforma da Previdência Federal estabelece que as forças de segurança dos Estados precisam de lei complementar posterior.” Segundo ele, a versão do Estado não trazia essa previsão, o que foi exigido por segurança jurídica.

“A do Estado colocou ‘lei complementar futura’, mas não disse que prevaleceria a vigente, que é a Previdência Federal.” Inclusive, a proposta de emenda à Constituição (PEC) prevê o mesmo que previa a do Estado: contribuição em 30 anos, para ambos os sexos, e idade mínima foi estipulada em 55 anos. “O texto do governo não colocava as regras exigidas pela Constituição, conforme a Reforma da Previdência Federal, que serviu de molde para o Estado”, reforçou.

Sobre mudanças por meio de lei complementar federal futura, Delegado Eduardo Prado é cético. “A única coisa que pode mudar é a idade e pelo que vejo não deve mudar nada.”

Alterações no projeto

O texto da Previdência aprovado pela Assembleia, de fato, praticamente não teve mudanças. Além dessa previsão legal para a PC-GO, somente a questão das alíquotas extraordinárias e progressivas, que precisavam ser regulamentadas em lei apartadas, foram retiradas.

Sobre isso, além dos 14,25%, estava prevista a possibilidade de gatilhos para aumento na contribuição. Conforme o § 4°-F, do art. 101, “a soma das alíquotas efetivas de contribuição previdenciária ordinária e extraordinária e do imposto de renda retido da fonte dos servidores, aposentados e pensionistas não poderá superar 45% da remuneração total, excepcionalizando-se, quando alcançado este limite, a proporção máxima de contribuição do ente federativo de que trata o § 4°-E”. O trecho foi removido.

Do Mais Goiás

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