A crise hídrica no Brasil já afeta milhões de pessoas que não têm onde buscar água para sua própria subsistência, enquanto há outro problema que ainda não foi resolvido em Goiás, ou seja, a retirada de água de córregos e rios por parte de médios e grandes agricultores sem as devidas autorizações dos órgãos de controle ambiental.
Sem um modelo ou plano estratégico para lidar com a situação, o Governo de Goiás ainda não apresentou um programa emergencial, tanto para a atual situação quando para médio e longo prazo.
Temos uma crise hídrica ameaçadora e, se não houver um plano de contingência bem estruturado, é bem provável que a população irá se deparar com o racionamento rigoroso de água nos próximos anos, já que a estiagem castiga a região Centro Oeste do País, o que não é diferente em outros estados.
No último sábado (28), moradores do Residencial Buena Vista, em Goiânia, invadiu o reservatório da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) para encher baldes, depois de ficar mais de oito dias sem abastecimento nas residências.
Segundo os moradores, enquanto eles estão sem água, o reservatório do estado estaria cheio.
A reportagem aponta o que pode ser um pequeno retrato de uma situação ainda mais radical adotado por uma população sem água para suas necessidades básicas.
Em médio e longo prazo, a falta de água pode se tornar o maior gargalo para os gestores públicos.
A demanda eleva o preço, requer mais investimento em infraestrutura de captação e distribuição, bem como planos emergenciais para atender serviços emergenciais, sem, portanto, estagnar a economia, ou seja, a paralização de serviços básicos que atende a comunidade.
Há a necessidade de investimento em medidas alternativas de abastecimento de água e luz, como a captação e armazenamento de água no período chuvoso para o período de seca, assim como é feito em comunidades e famílias no nordeste do Brasil.
Investimento em geração alternativa de energia também deve fazer parte de um plano nacional de governo, em substituição ao modelo usado, que são a hidrelétricas que precisam de grande reservatório de água para a geração de energia.
Juntas, as fontes alternativas podem representar uma grande economia nos sistemas utilizados atualmente, como por exemplo, a energia eólica e solar.
Um projeto inovador está levando energia alternativa para milhares de família na África do Sul. São pequeno geradores de energia de corrente contínua movido por um contrapeso, aproveitando a gravidade para colocar em movimento um conjunto de engrenagem, onde gera energia suficiente para acender uma pequena lâmpada de led com alto poder de luminosidade.
Cada carga completa gera 20 minutos de luz, suficiente para iluminar um cômodo. Quando termina a carga, o contrapeso é suspenso para começar um novo ciclo de energia. O sistema substitui o uso da querosene e lamparina, ou seja, fontes de energia que contamina o ambiente, gerando problemas de saúde respiratória.
Enquanto isso, tais fontes alternativas tende a se tornar modelos de produção em larga escala, já que a crise hídrica, de forma natural se transforma em crise energética, gerando um efeito em cascata, colocando milhões de pessoas em risco. Investir agora é se preparar para um futuro não muito promissor na questão de água, energia e alimentação.
Izaías Sousa
Historiador e Especialista em Segurança Pública
Foto: G1 Goiás