A derrota do candidato Nédio Leite (PSDB) à reeleição neste domingo (7/10) provocou uma onda de especulação sobre o futuro político em Jaraguá, já que o deputado Nédio passou mais de 20 anos no poder e era um ícone do grupo em sua cidade natal, onde foi prefeito e elegeu também sua mulher, Márcia Fonseca, e o médico Jovano Vieira Manso (in memoriam).
Com uma rejeição acima das expectativas pelos eleitores de Jaraguá, Nédio Leite de Assunção deixa o poder juntamente com Marconi Perillo, o governador que implantou o slogan do Tempo Novo em Goiás.
A história política de Nédio se confunde com suas estranhas formas de fazer campanha, ou seja, em vários momentos de sua vida pública, Nédio fez dobradinha e abraçou candidatos que lhe trouxeram decepção, sendo eles Armando Virgílio, Roberto Balestra e o ex-governador Alcides Rodrigues.
Conhecido por sua forma de centralizar o poder em sua volta, Nédio Leite não dava espaço para seus companheiros crescer dentro da legenda, fazendo com que muitos deixassem o grupo em busca de espaço em outros partidos.
Sua palavra final era inquestionável dentro do grupo em Jaraguá, ou seja, o próprio prefeito Zilomar Oliveira foi uma imposição do tucano dentro do grupo, quando havia outros nomes postulando a vaga na disputa com seu aval, porém, sem sucesso.
No mesmo estilo de Nédio Leite, Zilomar mostra seu lado inquestionável na administração, sendo este muitas vezes objeto de discurso e críticas entre os vereadores, incluindo alguns de sua própria base, que reclamaram dificuldade em aproximação com o prefeito apadrinhado de Nédio.
Os protocolos de atendimento para falar com Zilomar em seu gabinete é diferente de todos os demais prefeitos que administraram Jaraguá. O próprio Nédio Leite mantém uma aproximação mais amigável como a população, pelos menos no seu modo pessoal, não se tratando aqui de decisões políticas, que faz dele um homem com pouco poder de negociação.
Com sua derrota nas urnas, o prefeito Zilomar terá com principal base de sustentação do deputado federal Célio Silveira (PSDB), que deverá manter as emendas para Jaraguá. Em nível de Estado, Zilomar Oliveira terá dificuldade para governar sem a estrutura que Nédio Leite tinha à disposição e que pouco usava em favor de seu município, já que o mesmo tinha como compromisso servir suas bases em outras cidades.
Em curto prazo, o prefeito poderá anunciar cortes em algumas áreas da administração, incluindo demissão de servidores. Em se tratando de recursos federais, a estimativa é que somente a partir do segundo semestre de 2019 elas possam chegar, já que há os protocolos de posse dos eleitos e apresentação de projetos das prefeituras, o que demanda tempo, sendo que o terceiro ano da administração de Zilomar pode ser o mais crucial com os resultados das eleições.