A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) foi notificada nesta quarta-feira, 9, pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom) do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A pasta quer que os aumentos dos alimentos que compõem a cesta básica sejam justificados em um prazo de cinco dias.
O preço do arroz motivou o pedido da secretaria que informou, por meio de Juliana Domingues, chefe da pasta, que não se pode concluir que os aumentos são abusivos sem antes avaliar a cadeia de produção e oscilações decorrentes da pandemia.
Os ofícios para o levantamento de dados expediu os ofícios para verificar possíveis abusos por parte de varejistas e produtores. Caso haja confirmação de dolo, a secretaria poderá aplicar multas em valores que podem até mesmo ultrapassar R$10 milhões.
Simultaneamente, o presidente Jair Bolsonaro e o secretário de Economia, Paulo Guedes, receberam o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, para uma reunião no Planalto. No entanto, de acordo com Sanzovo , o assunto não foi mencionado durante o encontro.
“Ele [Bolsonaro] não sabe dessa notificação. Deve ser uma notificação de rotina para a prestação de informações e nós faremos isso tranquilamente”, afirmou. Segundo ele, a associação não pode ser responsabilizada pelos preços. “Nós somos a ponta, estamos próximos do consumidor”, disse João. “Não vamos ser vilões de uma coisa que não somos responsáveis.”
De acordo com ele, serão enviados relatórios ao governo que apontem as oscilações dos preços, mas ele cobrou que os produtores também sejam notificados.
Sanzovo contou que Bolsonaro pretende zerar o imposto de importação do arroz até o final do ano. A Câmara de Comércio e Exterior tem discutido o assunto e, caso seja acordado, permitirá a importação de 400 mil toneladas do grão.
Em carta pública, associações do varejo alertaram para o aumento de preços, que superam 20% em produtos que incluem arroz, leite, feijão e óleo de soja. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconomômicos (Dieese) apontam aumento da cesta em 13 das 17 capitais pesquisadas no mês de agosto. (Com informações da Folha de São paulo/UOL)