Ações da Polícia Militar nas rondas ostensivas realizadas em Jaraguá neste fim de semana pode não alcançar os objetivos esperados pela população em curto prazo, principalmente na prisão dos criminosos que atuam na cidade, seja nos casos de roubos, furtos, tráfico de drogas e até em homicídios. É preciso continuidade na investigação e no serviço de inteligência.
O chamado “choque de segurança” é visto pela comunidade como soluções relâmpagos, ou seja, com resultados imediatos enquanto as forças de segurança atuam na cidade durante o patrulhamento.
Embora os crimes sejam em sua grande maioria pequenos furtos contra pessoas ou em residências, alguns casos alarma a população pela violência empregada nas ações criminosas, como disparo de arma de fogo contra as vítimas, podendo ser configurado pela polícia como tentativa de homicídio, além de roubo de veículos que também vem ocorrendo com frequência.
Tráfico de drogas alimenta o crime
Para as autoridades, o tráfico de drogas é o principal responsável por incentivar as ações dos bandidos. Sem dinheiro, os criminosos praticam roubos, furtos e até assassinatos para alimentar o vício ou continuar no controle de pontos de vendas de drogas.
Em 2011, por exemplo, foram registrados naquele ano mais de 22 homicídios em Jaraguá, crimes que na grande maioria estavam ligados com o tráfico de drogas, pistolagem e roubos de gado, apontaram as investigações na época.
Combater os focos de pequenos crimes é a base para que a polícia possa impor o poder do Estado contra a criminalidade, porém, é preciso integrar as ações da PM com o serviço de inteligência da Polícia Civil, trabalho este responsável pela identificação dos autores dos crimes, sua motivação e, consequentemente, culminando com a prisão dos mesmos.
Operação policial
A população vê as ações da Polícia Militar com bons olhos, embora haja críticas pontuais sobre as operações com grupos táticos enviados pelo comando maior da segurança pública do Estado, principalmente quando há grande incidência do crime nas pequenas cidades, como é caso de Jaraguá.
Portanto, é necessário que haja, em conjunto com as rondas e blitz da PM, principalmente nos fins de semana e à noite, ações integradas com as investigações da polícia judiciária (PC), trabalho que geralmente vem trazendo bons resultados.
Banco de horas para as polícias
As autoridades se deparam ainda com outras barreiras, como a falta de contingente e viaturas. A prefeitura de Jaraguá não ajuda com o banco de horas para a PM, segundo declaração de vereadores que discutiram segurança pública na sessão desta terça-feira, (27), ocasião em que cobrou dos representantes políticos, como o deputado Nédio Leite (PSDB), a busca de apoio junto ao Governo de Goiás para a segurança no município. Segundo um dos vereadores, a PM só recebe banco de horas em ocasião especial, como em eventos, por exemplo.
Bem perto dos problemas de policiamento está ainda a questão da falta de uma cadeia pública que ofereça condições para o cumprimento de pena, o que só deve melhorar após o termino da nova cadeia que vem sendo construída com recursos oriundos de ações penais promovidas pelo Ministério Público de Goiás e autorizados pela Justiça, assim como aconteceu com a construção da Delegacia de Polícia Civil, entregue recentemente na cidade e que não teve participação do Estado.