A ação humana, porém, tem mostrado sua face positiva diante do incêndio: desde o início do incidente, centenas de mais de 200 pessoas, entre brigadistas e voluntários, têm trabalhado 24 horas por dia na tentativa de conter as chamas.
Elas se revezam no manuseio de abafadores (equipamento em formato de pá que ajuda a apagar o fogo), transporte de água aos locais incendiados e monitoramento do avanço das chamas.
Entre os voluntários está o fotógrafo paulista Davi Boarato, de 34 anos, autor das imagens que ilustram essa reportagem. Há pelo menos uma semana ele se reveza entre a câmera fotográfica e o abafador.
“O fogo começou a chegar bem perto da minha casa e dos meus vizinhos. Numa noite, vi o fogo descendo morro abaixo”, relembrou o fotógrafo. “Ficamos de 1h até as 8h30 trabalhando, e depois veio outro grupo.”
Mobilização
Pessoas estão se juntando para montar kits de alimentos para brigadistas e voluntários. No WhatsApp, grupos trocam informações, uma casa virou uma “central” de mobilização e gente de Brasília está fazendo bate-volta para ajudar.
“O mais triste é ver a fauna se perdendo. Vemos ovos de passarinhos queimados, já marrons. A estrada está um silêncio e há um vazio meio chocante”, conta o fotógrafo, que tem acompanhado workshops de funcionários do zoológico de Brasília em seu trabalho de resgate de animais feridos que fugiram das chamas.
O incêndio no parque nacional levou até mesmo a Nasa, agência espacial americana, a se pronunciar. De acordo com a instituição, o bioma vem sendo devastado de forma mais acelerada que a Amazônia.
A Nasa lamentou o fato e afirmou que a “área é ecologicamente importante não só para o Brasil como para o mundo, com 10 mil espécies de plantas – 45% delas únicas à região”.
Do G1