O velho Hospital Maternidade de Jaraguá (HMJ) volta a agonizar sem recurso governamental para custeio de suas despesas, que não atende pelo SUS — e reserva parte de seus leitos para pacientes credenciados em planos de saúde.
Sem poder realizar procedimentos como pequenas cirurgias, partos e consultas, principalmente com a restrição de atendimento por causa do decreto de emergência em saúde, o HMJ promove campanha para arrecadar fundos, como a venda de ingressos para uma galinhada.
União, Estado e Município com recurso do SUS
As parcerias com a Secretaria Municipal de Saúde não acontecem, mesmo que a saúde seja descentralizada e mantida pelo Governo Federal, do Estado e do Município, conhecido por convênio tripartícipe.
Emendas parlamentares de deputados foram destinadas para a HMJ, porém, por questão burocrática, eles não chegam a tempo para salvar a unidade de saúde mais antiga de Jaraguá, que tinha seu corpo técnico na década de 1970, composto por freiras ligadas à Associação São Vicente de Paula.
Só com planos de saúde
Grande parte dos leitos disponíveis no hospital é destinada para credenciados em planos de saúde, o que leva os pacientes a buscarem atendimento com órgãos conveniados pela Secretaria Municipal de Saúde, incluindo clinicas particulares.
Com a estadualização do Hospital Sandino de Amorim, os atendimentos agendados na Secretaria Municipal de Saúde acabaram sufocando ainda mais o lendário hospital municipal, ora por falta de atendimento pelo SUS, outras vezes por causa do preço das consultas particulares, que não cabe no orçamento da grande parte da população.
A prefeitura chegou a fazer alguns repasses no inicio da gestão do prefeito Ziomar Oliveira, o que foi interrompido de forma consecutivas.
Nota: Após a publicação da matéria, em contato, a direção administrativa do HMJ disse que os recursos do SUS estavam sendo repassados pelo município, referente aos anos de 2019 e 2020, e que os ingressos para galinhada é para arrecadar recursos para compra de insumos de uso médico, com elevado valor de mercado por causa da pandemia. A Secretaria Municipal de Saúde não se manifestou oficialmente sobre a reportagem.