Anunciado que o Ministério Público de Goiás atuaria contra a prática de agiotagem em Jaraguá, por meio do promotor Everaldo Sebastião de Souza, deixou em alerta os que fazem uso de tal prática, já que há centenas deles atuando na cidade, alguns funcionando por trás de lojas e comércios.
Combater o crime de agiotagem será um dos grandes desafios do MP no município, haja vista que, para quem pega dinheiro ou desconta cheque com um agiota, geralmente o faz pelo benefício de obter um dinheiro rápido para compensar outras dívidas, principalmente as de interesse dos empresários de confecções, os maiores usuários do dinheiro da agiotagem.
Em Jaraguá, alguns agiotas trabalham por trás de seus comércios legalizados, ou seja, as empresas funcionam como uma base lícita de captação de recurso, ao mesmo tempo em que o dinheiro obtido pela agiotagem é mascarado por empresas legais.
Como funciona o mercado da agiotagem
Há agiotas que possuem programas específicos de computador para calcular taxas de juros e prazos, com capacidade para preencher os cheques emitidos.
Na fase inicial das investigações, o MP diz que já tem elementos para oferecer denúncias contra pelo menos dez pessoas, contando com a colaboração de outras na elucidação da prática de crimes contra o sistema financeiro.
Outra barreira a ser vencida pelo MP é quanto à obtenção de provas contra os agiotas. As pessoas que fazem empréstimo com os suspeitos não os delatam, temendo sofrer ameaças, ou mesmo criando dificuldades para obtenção de novos empréstimos futuros.
A agiotagem é uma rede bem articulada, assim como outras modalidades de crimes que não deixam pistas.
Os que fazem uso de tal prática tem sua própria rede de informação sobre a idoneidade de quem os procura, ou seja, se o cliente é bom ou deve ser descartado.