O Monitor da Violência apresentou os números atualizados sobre a violência em todos os Estados e revelou que o Brasil teve 60 mil pessoas assassinadas em 2017.
Com mapeamento nos 26 estados e no Distrito Federal, o Monitor da Violência apontou os dados sobre as mortes decorrentes de homicídios dolosos, latrocínio e lesões corporais com resultado morte, classificada como crimes letais e intencionais.
Brasil teve 60 mil pessoas assassinadas em 2017
Em 2016, por exemplo, houve 57.549 assassinatos no Brasil, contra 60 mil registrados em 2017, representando um aumento de 2,7% em um ano. As mortes em decorrência de confrontos policiais não entram nas estatísticas.
Os dados são obtidos em parceria com a imprensa por meio do Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em conjunto com o Monitor da Violência.
Para cada 100 mil habitantes, a taxa de mortes subiu para 28,5%. Embora o número de homicídios e de lesões corporais seguidas de morte cresceu, os casos de roubo seguido de morte caíram.
Ceará é o estado com maior crescimento de mortes
O estudo ainda aponta que o Ceará é o estado com maior crescimento de mortes, com 1.677, representando 48,5%. Já o Rio Grande de Norte é o que tem a maior taxa de mortes, sendo 64 a cada 100 mil habitantes.
Para os especialistas em segurança pública, as mortes violentas têm como principal motivador o tráfico de drogas e a disputa entre facções criminosas por territórios.
Tal informação só reforça que é necessário o investimento governamental nos sistema de segurança pública e penitenciário, além de ações voltadas para a promoção da igualdade social, na geração de emprego e renda, além de políticas públicas de incentivo e valorização à educação e a cultura, principalmente em locais ou regiões consideradas vulneráveis.
Em Goiás, 172 pessoas foram mortas somente em Janeiro deste ano. O Governo de Goiás vem pregando queda no número de homicídios, embora os dados apresentam um relatório diferente.
O perfil das vítimas da criminalidade
Nos indicadores do estudo, foi apresentado ainda o perfil das vítimas da criminalidade e dos executores, sendo que a maior parte deles são pessoas negras, de baixa renda e com baixa escolaridade, ou seja, são dados que revelam o perfil da violência no Brasil, um país miscigenado, e cujas pessoas geralmente moram em áreas de risco, como nas periferias, aonde as políticas públicas não chegam.
Em tais locais, há ainda a forte presença de milicianos e de organizações criminosas, principalmente pela a ausência do estado com suas políticas sociais e de segurança preventiva e sem serviço de inteligência.